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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Fine Art?

Com a disseminação de imagens possibilitada pelas câmeras cada vez melhores dos smartphones e o compartilhamento facilitado das redes sociais, a fotografia, que em determinado momento desfrutou de um certo status e atividade de poucos, popularizou-se e se tornou acessível a qualquer um. A fotografia como registro saiu da mão de profissionais de maneira muito mais intensa do que nos tempos das câmeras automáticas, ainda nos tempos de filme.

Isso, de certa forma, ressuscita a discussão sobre fotografia como forma de arte, visto que a popularização das imagens também traz consigo a banalização do meio visual. São tantas fotos compartilhadas nas redes sociais, que dificulta para o espectador filtrar, segregar, classificar o que aparece pela frente. Para os profissionais, fica a ameaça da redução da demanda pelos seus serviços, enquanto para nós, entusiastas, fica a questão da relevância do resultado do hobby, do esforço em conseguir fotos melhores, com um olhar que possa ser, de alguma maneira diferenciada. 

Particularmente, tenho tirado cada vez menos fotos em quantidade, pensando muito mais se o clique vale à pena. Mesmo em viagens, onde a preferência pela câmera vem mais da possibilidade de impressão posterior do que pela arte fotográfica. Tipo, vale à pena? No que o registro vai se diferenciar de uma foto com o celular? Então, atualmente, o registro pelo registro, para compartilhamento imediato com amigos e familiares, vai com o celular, mesmo não sendo dos modelos dotados de melhor câmera. O clique do obturador fica resguardado para fotos para o álbum ou, eventualmente, algo mais ambicioso.

Este "algo mais ambicioso" que vem como tema central deste post. Esse dias, durante as férias, assisti a um curso, vídeo aulas, sobre fotografia fine art. Uma das discussões propostas era, justamente, o que é a fotografia como arte. Foi uma breve provocação, nada extenso, mas que coincidiu com a minha inquietude em avaliar a relevância do ato de fotografar nos dias atuais. A definição de Fine Art não restringe assuntos, narrativas ou abordagem, mas acaba levando ao espectro da intenção do fotógrafo; algo que não seja um mero registro, mas que revele alguma mensagem que o fotógrafo imagina que possa ser apreciado como uma visão particular sua.

Existe uma boa quantidade de material disponível online e em vídeos que discorrem sobre o que vem a ser a fotografia de arte, a fine art, etc. Deixo aqui algumas definições colhidas da wikipedia como referência e provocação (https://pt.wikipedia.org/wiki/Fotografia_Fine_Art):

  • "Fotografia de Arte": "Fotografia que é feito como uma obra de arte, isto é, feito para expressar as percepções e emoções do artista e compartilhá-los com outros".
  • "Fotografia Fine Art": "Uma imagem que é produzida para a venda ou exibição em vez de uma que é produzido em resposta a um encomenda comercial".
  • "Fotografia Fine Art": "A produção de imagens para representar a visão criativa de um fotógrafo. ... Sinônimo de fotografia de arte".
  • "Fotografia de Arte": Uma definição "é indescritível", mas "quando os fotógrafos se referem a ela, eles têm em mente as fotografias visto em revistas como a Americana Photo, Popular Photography, e Print, e em salões e exposições. Fotografia de arte (ou artística) é vendável.".
  • "Fotografia Artística": "frequentemente utilizado, mas de certa forma um termo vago. A ideia subjacente é que o produtor de uma dada imagem tem como objetivo algo mais do que meramente uma representação mais realista do objeto e tentou transmitir uma impressão pessoal"./
  • "Fotografia Fine Art": Também chamada de "fotografia decor", "foto decor" ou "wall decor", "envolve a venda de grandes fotos... que pode ser usadas como arte de parede".


Em decorrência desse, digamos, exercício, fiz uma breve revisão de fotos passadas, de maneira a identificar fotos que não fossem apenas meros registros, mas que pudessem transmitir alguma mensagem, despertar alguma emoção ao ser visualizada. Para o assunto Fine Art, acredito que o produto final é a impressão. A foto deve ser feita com o objetivo final - mesmo que não venha a ser concretizado - de virar um quadro na parede. 

Assim, destaco aqui algumas fotos que acredito que representam o meu entendimento sobre realizar fotografias com intenção, candidatas à categorização como Fine Art, mesmo que algumas delas tenham sido percebidas como tal apenas posteriormente.


Barcos em Preto e Branco. 56mm, f/8, 1/400s, ISO100

Diversão. 34mm, f/8, 1/125s, ISO100

Pescadores. 70mm, f/8, 1/80s, ISO100

Pescador. 26mm, f/8, 1/100s, ISO100

Pescador 2. 58mm, f/8, 1/400s, ISO100

Balcón. 44mm, f/4, 1/125s, ISO800

Farol Ponta do Humaitá. 35mm, f/8, 1/125s, ISO200

Igreja de Monte Serrat. 18mm, f/5.6, 1/80s, ISO400

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