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terça-feira, 7 de maio de 2013

O Ocaso da Janela

Talvez um dos maiores desafios para quem tem a fotografia como hobby seja encontrar tempo para sair apenas para fotografar. Para quem está no início da jornada, então, ter esse tempo para se dedicar, errar, tentar novamente até conseguir uma boa foto é fundamental. Porém, com a vida moderna, cheia de atribuições, bebê em casa, é muito difícil. Sente-se muito mais quando se tem preferência por fotografias de paisagens, que demanda quase sempre uma viagem a algum local especial ou, no mínimo, sair de casa.

Faz algum tempo que, particularmente, não consigo estar em algum lugar interessante para se fazer fotos de paisagem. Assim, no último sábado, resolvi fazê-lo sem sair de casa mesmo. O tempo não estava dos melhores, com uma neblina leve, mas opaca ofuscando o pôr-do-sol. Inicialmente, a partir da janela da cozinha, tentei captar o rastro que um avião a jato deixava no céu. Mas, o tempo despendido entre a percepção da presença do avião, até pegar a câmera e ter o tripé posicionado, restava apenas o rastro já pronto para ser fotografado.

98mm, f/11, 1/60 s, ISO 800

A partir do momento em que o sol começa a se por, a escuridão vem com bastante rapidez e, neste intervalo as cores do horizonte variam entre azul, lilás até tons alaranjados e vermelhos, que me agradam muito. Então, após desencanar do rastro do avião, resolvi tentar uma foto da paisagem visível a partir da janela.

 55mm, f/22, 1.3 s, ISO 800

A combinação de ISO elevado com abertura bem fechada e um tempo de exposição de mais de 1 segundo necessário para a luz disponível para o horário só foi possível graças ao uso do tripé. Decidi então fotografar a paisagem oposta, visível a partir da janela do quarto de hóspedes, já em um momento mais escuro, demandando portanto dele, o tripé.

 65mm, f/22, 1 s, ISO 800

75mm, f/22, 15s, ISO 800

Após a finalização das fotos, acho muito importante para o processo de aprendizado, tentarmos identificar o que poderia ter sido feito melhor. Existem algumas regras que ajudam a melhorar o resultado das fotos, mas que devido a pressa, nunca lembro. Talvez algum dia tudo fique "no sangue". Por exemplo, acabei deixando o VR da lente ligado com ela no tripé. Em outro momento, talvez pudesse ter usado um ISO menor para reduzir o ruído e aumentado o tempo de exposição, já que estava com um tripé. Enfim, as fotos estão feitas e consegui "sair para fotografar", mesmo que tenha sido apenas da sala para a cozinha!

terça-feira, 2 de abril de 2013

Centro em Preto e Branco

No penúltimo dia de licença paternidade, surgiu uma oportunidade ímpar de estar no centro da cidade com a câmera em mãos. Entre o local de estacionamento e o consultório em que me encontraria com esposa e filha, aproveitei os 10 minutos de trajeto para fazer alguns registros, na tentativa de contar alguma história.

Estou lendo o livro The Complete Photographer, de Tom Ang, justamente na parte de Documentary Photography, em que ele aborda fotojornalismo. Combinado a algumas coisa que havia lido sobre Street Photography e Candid Photography, a ocasião pareceu uma grata oportunidade para colocar a teoria em prática, além de observar a reação das pessoas. Dessa experiência, em particular, achei muito desafiadora a tensão de estar com a máquina (pouco discreta para dizer o mínimo) em mãos em meio às pessoas na rua e o pouco tempo disponível. Para se ter ideia, quando tirava a última foto da série, passou um senhor irritado, dizendo que era proibido bater fotos nas ruas, que nem espiões podiam fazer isso... guardei a câmera e segui meu caminhando pra evitar problemas maiores.

A hora era 2 da tarde, com sol intenso, com luz dura, o que não costuma ser muito amigável para a fotografia. O tempo disponível também não era muito, devido à situação. Mas, dá para perceber como fotografar o centro da cidade com tempo e planejamento pode ser um bom projeto fotográfico.

Posto abaixo as fotos na ordem em que foram registradas:

Fraternidade

Exclusão

Cárcere

Agitação urbana

sábado, 23 de março de 2013

Pôr do Sol

O pôr do sol é um dos momentos mais registrados na fotografia, quer seja através de fotos em que o próprio sol aparece ou aquelas que têm apenas a intenção de utilizar-se da sua cor alaranjada que dá outra vida a paisagens naturais ou urbanas. Quando se começa a ler um pouco sobre fotografia, não tarda muito encontrar algum texto a respeito da "golden hour", como os de língua inglesa chamam o período de aproximadamente uma hora antes do pôr do sol até uma hora depois. Justamente pelo tom dourado que confere às fotos, consegue-se fotos que normalmente são agradáveis a quem vê. Além, é claro do fator emocional geralmente associado ao pôr do sol.

Particularmente, eu gosto bastante de fotografar nesse horário, tendo me rendido algumas fotos boas (pelo menos para o meu nível de iniciante). Futuramente, devo recorrer a esse tema, com certeza, principalmente quando tiver acesso a um filtro de densidade graduada e tentar verificar o seu efeito, suavizando o contorno do sol, ajustando-o à latitude que a câmera consegue alcançar. Quando tiver algum conhecimento mínimo em pós processamento, também poderei postar fotos melhores.

Posto abaixo algumas fotos que fiz do e ao pôr do sol, que estão organizadas em um "set" sobre este tema no flickr. Pretendo ir adicionando fotos ao set, cada vez que conseguir alguma interessante.

Lagoa de Imboassica, Macaé - RJ

Bahia Marina, Salvador - BA

Bahia Marina, Salvador - BA (as nuvens não ajudaram muito esse dia)

Itaipava, Petrópolis - RJ. Tirada com um iPod Touch

Rio São Francisco, Ibotirama - BA

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Shy Moon

"Shy moon hiding in the haze,
 I can see your white face..."

Lembrei-me dos versos de Caetano Veloso quando tentava tirar fotos da lua naquele dia. Na primeira tentativa, armei o tripé, coloquei a lente na câmera e, quando olhei novamente para o céu, lá estavam as nuvens: negras como a noite, cobrindo boa parte da lua tímida. Paciência é uma das coisas a se desenvolver em fotografia, assim como disposição de tempo. Quando se está aperendendo, então, raramente se acerta uma foto na primeira tentativa.

No dia seguinte, em um momento de dispersão das nuvens, fiz uma rápida tentativa com as mãos, sem tripé e consegui uma foto aceitável, aquela que seria a minha última foto da lua em 2012.  Dia 31 de Dezembro, pouco depois das 10 da noite.

É uma foto que muitos iniciantes, assim como eu, querem tirar. Afinal, a lua é fascinante. Porém, ao longo de algumas tentativas que fiz desde o meu começo com a DSLR, descobri que a minha lente é um tanto curta. Consegui aproximar bem a foto "cropando" no software no computador, fazendo-me valer dos 16 megapixels da câmera. Para esse fim de fotografar a lua, uma lente 300mm já teria saído bem mais próxima que a minha 200mm, em um sensor APS-C.

 Exif: 1/125, f/5.6, ISO 200, 200mm. Link no flickr.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Retratos

De todas as modalidades fotográficas, o retrato talvez seja o que nenhum fotógrafo consiga fugir ao longo de sua jornada fotográfica. Mesmo que não seja a sua modalidade preferida de fotografia, invariavelmente você terá que encarar o retrato, mesmo que seja apenas uma festinha familiar em que você, digno portador de uma DSLR, torna-se o "fotógrafo oficial".

Particularmente, se fosse definir uma modalidade preferida, seria paisagens. Provavelmente, pela possibilidade de sair para fotografar sozinho, ao por do sol, ao amanhecer (esse ainda não consegui), sem pressão, sem pressa. Enfim, acho que dá para exercitar melhor os fundamentos básicos da fotografia. É excelente para quem está, assim como eu, começando.

O bom é que você ter uma preferência não quer dizer que não possa gostar de outras coisas, correto? Assim, em meio a todos os retratos que tenho feito ultimamente, acabo por gostar de fotos de pessoas, mas buscando fugir daquela coisa de pose para a foto, buscando fazer um resgistro que passe, de alguma forma, a emoção do momento. Iluminação natural, sem flash, mesmo que isso gere alguma sombra ou ruído devido ao alto ISO. Como não tenho nenhuma noção de pós processamento, apenas faço alguns ajustes no programa que veio com a câmera. Estou em busca de fazer a foto mais pronta possível na câmera. É difícil...

Enfim, em uma visita a uma prima, peguei a câmera para tirar umas fotos dela com o filho. Dentre algumas que tentei, essa foi a que mais gostei. Sem flash, com luz natural. Ela pode ser vista em tamanho maior na minha galeria do flickr ou 500px.




terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Bokeh

A técnica de fotografar desfocando o fundo estreitando-se a profundidade de campo no assunto principal é talvez uma que todo fotógrafo iniciante busca aprender. A descrição da wikipedia explica o que é:

 ぼけ, "blur") é um termo usado na Fotografia  referente às áreas fora de foco e distorcidas, produzidas por lentes fotográficas. Diferentes bokehs de lentes produzem efeitos estéticos separados em fundos desfocados, os quais são freqüentemente utilizados para reduzir distrações e enfatizar o assunto primário.

Existem inúmeras fontes na internet explicando bem como se faz, mas basicamente o efeito é resultado da combinação da distância focal e abertura da lente. Porém, diferentemente de outros recursos fotográficos, este é um dos poucos na fotografia em que o equipamento é tão importante quanto o olhar do fotógrafo. Após um pouco de pesquisa e experiência, nota-se como é importante o tamanho do sensor. Conseguir um bom bokeh com uma câmera compacta de sensor e tamanho 1/2.33" é muito difícil. Quanto maior o sensor, maior controle se tem sobre a profundidade de campo, que é essencial para conseguir as áreas de desfoque.

Deixando a conversa técnica de lado, posto aqui algumas fotos em que testei o recurso também no intuito de justificar o nome do blog. A preocupação com o desfoque foi maior do que com a composição em si. Como sempre, fiquem a vontade para comentar as fotos.

Exif: 50mm, 1/250s, f/2.8, ISO 200 

Exif: 50mm, 1/60s, f/2.8, ISO 1600 

Exif: 40mm, 1/160s, f/2.8, ISO 3200

domingo, 18 de novembro de 2012

Salvador e Seus Contrastes

Em uma visita rápida a Salvador, ficando na cidade apenas pouco mais de 24 horas, tive a oportunidade de estar em um prédio no bairro de Brotas, em visita ao meu padrinho. Da janela, pode-se ver a Avenida Bonocô quase que como uma linha que separa prédios coloridos de pequenas casas de tijolos nos morros. Embora a distância física é pouca, a econômica é notável. Infelizmente, a oportunidade apareceu por volta das 15:30h, não sendo possível fazer as mesma por volta do por do sol, que deixaria um colorido mais bonito certamente.

As imagens podem ser visualizadas em tamanho maior na minha página do Flickr.




Abaixo, está um corte da segunda imagem, modificando a orientação de vertical para horizontal:


Este outro redimensionamento, deixa a imagem em formato quadrado. São interessantes as multiplas possibilidades de diagramação da mesma imagem.