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sábado, 3 de maio de 2014

Nikon AF-S NIKKOR 85mm f/1.8G Lens

Depois de um bom tempo pensando, resolvi arriscar-me no mundo das lentes fixas (prime lenses, como são chamadas em inglês) como uma opção de qualidade em detrimento da flexibilidade das lentes zoom. Qualquer pessoa que tenha se interessado por fotografia e lido material online ou em manuais de fotografia deve ter-se debatido com a questão "zoom vs fixas". É recorrente a indicação de obrigatoriedade de se ter uma lente fixa 50mm f/1.8 - leve e clara, de uso geral. Ou, ainda, a indicação de uma lente 35mm f/1.8 para quem usa sensor cropado, que resultaria em uma distância focal aproximada a uma 50mm montada em uma câmera full frame.

Bom, comecei de uma maneira um pouco diferente. Sempre fiquei um pouco receoso em pegar uma 35mm ou 50mm por ter a Tamron 17-50mm f/2.8, apesar do ganho em qualidade de se usar uma lente fixa e da claridade dos f/1.8 vs f/2.8. Cheguei a decidir-me pela 50mm por ser a distância focal que mais uso na Tamron quando estou tirando retratos. Mas, a Nikon nos deixa em dúvida para escolher qual cinquentinha pegar. Para quem tem uma câmera com moto de foco, existem as opções 50mm f/1.8D, 50mm f/1.8G, 50mm f/1.4D e 50mm f/1.4G. Cada uma com suas virtudes e seus deméritos, associados a uma faixa de preços. Para aumentar a dúvida, a Sigma anunciou o lançamento da sua 50mm f/1.4 da série Art, prometendo qualidade óptica comparável à Zeiss 55mm f/1.4 Otus (considerada a lente mais nítida para DSLRs) e com presença de foco automático. Assim, a 85mm f/1.8G aparecia como uma ótima saída: seria uma distância focal complementar à Tamron com uma distância focal que, em APS-C, fica equivalente a 127,5mm, próximo a 135mm que me agrada bastante em retratos que vejo internet afora. E, caso um dia eu migre para FX, seria algo como a 50mm montada em APS-C, que também me agrada bastante. Sem contar que foi considerada uma das lentes mais nítidas da Nikon pelo DxO Mark, o que me deixou bastante entusiasmado com a lente.

Então, em Março, aconteceu de um amigo ir para os EUA com a disponibilidade de passar na B&H e trazer uma lente para mim. Na mesma época, a Nikon estava com uma promoção de lentes em que a 85mm f/1.8G estava com desconto de 100 dólares, enquanto a 50mm f/1.8G estava com desconto de apenas 20. Foi um fator que serviu como um estímulo extra para optar pela lente e, ainda, usar a diferença para comprar uma mochila.

Contada a história, gostaria de compartilhar aqui no blog a breve experiência que tive com esta lente, assim como algumas imagens feitas com ela. Neste momento, não farei um post em forma de review técnico, pois há bastante material online disponível sobre a lente e ótimos reviews no photozone, em DX e em FX, e no DxO Mark, por onde me baseei para confirmar a escolha. Coloco abaixo as especificações da lente para que, eventualmente, possa ser útil a quem venha a ler este post.

Distância Focal: 85mm (equivalente a 127,5mm quando montada em uma câmera DX)
Abertura Máxima: f/1.8
Abertura Mínima: f/16
Baioneta: Nikon F (FX)
Distância Mínima para Foco: 80cm
Ângulo de Visão: 28 (18 em DX)
Lâminas do Diafragma: 7
Construção (grupos/elementos): 9/9
Peso: 350g
Diâmetro da Rosca do Filtro: 67mm

A lente montada na D7000.

Como era esperado, é uma lente com um ângulo de visão bastante fechado em DX, distanciado-a da condição de uma lente para uso geral. Isso é compensado pela qualidade de imagem entregue e a facilidade de se desfocar o fundo, característica bastante almejada quando se faz retratos. Por ser assim fechada, força-nos a ficar relativamente distante do assunto fotografado, reduzindo a interação, mas também deixando a pessoa mais à vontade (pelo menos assim imagino e espero!!). O foco automático tem atendido ao esperado e tem sido mais consistente do que o da Tamron. A precisão do foco é crucial quando se faz retratos com aberturas altas, pois devido à baixa profundidade de campo, a área em foco do quadro é bastante reduzida. Isso pode gerar embaçamento e falta de nitidez quando não se foca no lugar onde se quer. Geralmente, em retratos de pessoas, esse local de foco é o olho mais próximo à câmera.

A construção externa da lente parece muito boa, feita de um plástico bom, que transmite sensação de segurança ao se manusear e mesma. Como pode ser visto na foto, ela possui escala de distância e uma característica que é novidade entre as minhas lentes: o modo M/A, em que se pode usar o foco manual por cima do foco automático, sem ter que mudar a chave da lente e sem risco de danificar o seu motor de foco. As lentes mais modernas com foco automático, pelo menos as mais baratas, não são otimizadas para uso de foco manual. Porém, esta é, de longe a que se mostra melhor neste quesito comparada às minhas outras três lentes. O anel de foco não gira solto, respondendo bem ao comando. Não sou usuário de foco manual, mas já é algo a se considerar caso venha a ser necessário.

Por enquanto, está fazendo um bom acompanhamento para a 17-50, que fica 90% do tempo na câmera e, então a 85mm entra em ação quando quero algo mais específico. Esse algo mais específico até o momento tem sido apenas fotos da pequena :-). A lente está com um filtro UV Hoya HMC, que uso para proteção contra riscos e sujeira. No tratamento das fotos, apenas corração padrão de perfil de lentes do DxO Optics Pro e algum ajuste de exposição, sem correções de balanço de branco ou aplicação de sharpening.

f/2.0, 1/60s, ISO 2500, com flash (pop-up)

f/2.0, 1/60s, ISO 3200, sem flash

f/1.8, 1/125s, ISO 1600, com flash (pop-up)

f/1.8, 1/125s, ISO 1600, com flash (pop-up)

f/2.2, 1/1600s, ISO 200, sem flash

Espero poder postar muito mais (e melhores) retratos com esta lente aqui no blog num futuro próximo. Enquanto isso, deixo aqui um link do Flickr com fotos feitas com esta lente montada nas mais diversas câmeras da Nikon para que possa servir de ajuda para quem estiver em dúvida a seu respeito.