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domingo, 21 de agosto de 2016

Ruta de los Siete Lagos - Projeto N° 02/2016

A Ruta de los Siete Lagos é um dos passeios turísticos mais famosos da Patagônia argentina, ligando as cidades de Vila La Angostura e San Martin de los Andes. A região é incrívelmente linda, com uma grande quantidade de lagos e montanhas, o que oferece muitas oportunidades para fotografar. A ideia era aproveitar o Outono para poder capturar imagens com a folhagem com as tonalidades amarelas e vermelhas características da estação. O mês ideal seria Maio, mas devido a disponibilidade de folga no trabalho, a viagem foi realizada no meio do mês de Abril, ainda na primeira parte do Outono. Contudo, o que foi mais frustante foi a chuva, que intensificou bastante o frio e atrapalhou alguns momentos que poderiam ter rendido fotos bem melhores.

Como objetivos fotográficos desta viagem, tinha em mente melhorar em alguns dos aspectos identificados anteriormente (aqui). Na sequência, falo um pouco de cada um com algumas fotos de exemplo.

  • Cores: obter cores fiéis à realidade, ajustando o balanço de branco adequadamente no arquivo RAW posteriormente.
  • Exposição: obter melhores exposições considerando os limites de recuperação de imagem do sensor da câmera e fazer uso de múltiplas exposições para juntar posteriormente no pós-processamento.
  • Composição: tomar o tempo possível para pensar a composição, buscando melhor harmonia entre os elementos dentro do quadro.
  • Narrativa: conseguir ao final uma sequência de imagens entre natureza e família que dêem a dinâmica necessária para a um bom álbum de viagens.

Cores


Apesar de estar apenas no primeiro mês do Outono, já era possível observar a mudança de cor da vegetação, que assumia cores em tons pastéis amarelados e avermelhados. O céu nublado na maior parte do tempo conferia uma luz difusa que suavizava as cores, causa uma percepção mais fria e sutil. Não eram exatamente cores fortes como imaginava, mas bem diferente e peculiar. Portanto, o resultado final deveria ser bem próximo a isso e não como eu queria que fosse.   

Algumas plantas já apresentavam cores de outono bem evidentes, enquanto muitas ainda estavam verdes. Para quem não tem costume de vivenciar mudanças de estação assim tão características é chamativo. Tirei algumas fotos apenas para registrar essas cores.

 Capela de  Nossa Senhora da Assunção em Villa La Angostura. 24mm, f/5.6, 1/80s, ISO 800

Propriedade rural às margens do lago Correntoso. 24mm, f/8, 1/80s, ISO 100

Exposição


A exposição correta, obtida com base na medição da luz que ilumina a cena, é fundamental, mas nem sempre óbvia. Ela influencia diretamente nas cores e é determinante para conseguir uma boa fotografia. O céu nublado oferece uma luz difusa e suave, que é ideal para retratos de pessoas, obtendo-se bons tons de pele. Porém, para paisagens, eu acho que esfria muito as cores e tira um pouco da alegria da coisa. 

Como era condição presente durante toda a viagem, tentei aproveitar da melhor maneira possível e expor com o objetivo de transmitir o que se via na realidade e, quem sabe um dia, relembrar o que se sentia ao rever as imagens. 

Lago Lácar e nuvens sobre San Martin de los Andes. 17mm, f/8, 1/125s, ISO 200

A oportunidade também foi usada para fazer uma imagem resultante da combinação de 3 exposições diferentes. Com a câmera no tripé, foi feito um bracketing com intervalos de 1.7 EV e conseguir uma exposição para o céu, uma para o lago e outra para a areia.

Tronco de madeira às margens do lago Correntoso. Bracketing de 3 exposições.

Composição


Analisar melhor a cena através do OVF ou LCD antes de apertar o botão, ter em mente as regras clássicas (regra dos terços, alinhamento do horizonte, espaços negativos, etc.) e esolher o que usar com consciência é algo muito importante para conseguir fotos com consistência e não ao acaso. Durante a viagem foi possível tentar diferentes abordagens, tanto com respeito ao posicionamento dos elementos no quadro, como também das cores. Algumas imagens saíram bem, outras nem tanto, mas acho que foi possível aproveitar a oportunidade.

Capela de Nossa Senhora da Assunção. Luz, sombras e disposição dos objetos no quadro. 24mm, f/2.8, 1/100s, ISO 1600

Pier da praia de Quila Quina. Linhas paralelas e sombras entrando ao quadro. Daria para cropar um pouco mais e ajustar a perpendicularidade. 24mm, f/8, 1/160s, ISO 100

Curral e ovelhas posicionados de maneira harmônica em meio à vegetação e montanhas. Alto contraste intencional. 26mm, f/8, 1/125s, ISO 100

Narrativa


Acredito que um dos objtivos da fotografia de viagem é contar uma história, registrar momentos importantes e marcantes que faça sentido quando revisamos as fotos tempos depois. Ou, ainda, que sirva de referência para outras pessoas, mas não apenas das atrações turísticas principais. Viagem em família é ainda mais especial, pois tempos depois os filhos estarão mais velhos, assim como nós, e rever-nos em meio ao ambiente fotografado certamente ajudará a reacender as lembranças.

Portanto, acho que as fotos não devem ser apenas de poses forçadas junto aos pontos ressaltados nos guias de viagens, mas também o registros de tudo o que nos chama a atenção ao longo da viagens. Nem todas as fotos saíram exatamente como desejado, mas acho que o controle do processo já está bem mais natural e identificar os erros ajuda muito a seguir melhorando.

24mm, f/5.6, 1/80s, ISO 800

35mm, f/5.6, 1/125s, ISO 200

34mm, f/8, 1/125s, ISO 200

Crop de uma porção da imagem original. 50mm, f/8, 1/250s, ISO 100

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